Um Abraço, um Beijo... e um Mouse!

Isabela adora pedir colo quando me sento no computador. E, segundo ela, vai estudar:

- Estudar, papai, estudar.

E lá vem ela brincar, pega o mouse, põe a mãozinha no teclado e finge que está digitando:

- Isabeeeela do Caaaarmo Ferreiraaaaa!

Outro dia, quando ela pediu o mouse, eu disse pra ela brincar só com o teclado (porque daí tenho que desconectar o mouse, pra ela não sair clicando em tudo que aparece na tela).

- Não papai, dá o mouse.

- Não filha, brinca só com o teclado.

- O mouse, papai.

- Não, papai tá com preguiça.

Parecendo ter se conformado, ela me olhou e disse:

- Beijo, papai.

Não entendi muito o rompante de carinho, mas dei o beijo na bochecha que ela oferecia, e em seguida fui beijado por ela.

A surpresa veio quando ela disparou em seguida:

- Agora o mouse, papai.

Alguma dúvida se entreguei o mouse na hora?

Tragédia na Manhã de Domingo

Manhã de páscoa, eu estudava no quarto enquanto Isabela brincava com a Lili na sala.

De repente ouço gritos desesperados, corro pra sala e me deparo com a cena aterrorizante.

Não havia tempo pra pensar no que fazer, vi que a Lili já havia sido atingida, mas a situação da Isabela era pior. Valeu a lei universal: crianças primeiro.

Agarrei a Pequena e corri com ela pro banheiro. A Lili, como boa mãe, nem se apercebeu de sua situação, veio junto e foi tirando a roupa da Isabela, era preciso ter a real dimensão do problema. E a coisa estava séria e preocupante.

Isabela chorava assustada enquanto eu a colocava debaixo do chuveiro - era o jeito mais rápido de tentar resolver aquilo. Quanto mais água caia no corpinho dela, mais a coisa se espalhava, mas era preciso coragem pra enfrentar o terror.

Lembrei da antiga canção aprendida na igreja e cantei pra ela na tentativa de acalmá-la e também de me convencer de que tudo logo ia passar:

"O sabão lava meu rostinho, lava meu pezinho, lava minha mão.

Mas Jesus, pra me deixar limpinho, quer lavar meu coração..."

Aos poucos a situação foi voltando à normalidade, fomos nos acalmando à medida em que o perigo ia descendo pelo ralo.

Ficou a lição:  nesse período em que a filha está aprendendo a usar o piniquinho, é preciso redobrar a atenção quando ela está só de calcinha e ainda não fez o cocô matinal.

Garota do Contra

Vou nem dar desculpa pra tanto tempo sem atualizar o blog. Vamos às notícias!!!

A Isabela está numa fase do contra. Contradiz tudo o que se fala pra ela ou que ela ouve e acha por bem comentar.
A gente vai e diz:
- Filha, te amo!
E ela:
- Te amo nada!
 Isabela, vamos tomar banho?
E a garota:
- Tomar banho não!
A última foi na farmácia. A Lili sempre agradecia a moça do caixa e a Isabela repetia: Obrigada, moça.
Pois dessa vez após ouvir a Lili agradecer, a Pequena disparou:
- Obrigado nada!

Além de ser do contra, a Rosinha anda elaborando uns argumentos que não sei de onde vêm.
A Lili comprou uns ovos de chocolate e colocou em cima da geladeira. A Isabela viu e disse:
- Ovo de páscoa, mamãe!
- Sim, filha, são os ovos de páscoa.
- Mamãe guardou.
- É, mamãe guardou.
- Da Isabela.
- Sim, são da Isabela, mas a Isabela só vai comer se ficar comportadinha e comer toda a comidinha dela.
- Comer tudo, mamãe?
- Sim, comer tudinho!
A Pequena pensou, olhou pra mãe e disparou:
- Problema, mamãe, problema!

Colorir é uma Arte.

Logo que descobriu que podia segurar um lápis ou uma canetinha e com aquilo fazer rabiscos expressivos, Isabela começou a deixar suas marcas pela casa. E ela tem uma excelente coordenação motora fina (conclusão das tias educadoras).

Pois bem, agora não há papel que fique a salvo de sua arte (as paredes, por enquanto, se livraram; menor sorte teve o sofá da salá). Apesar de que, na verdade, na verdade, é na própria mão que ela mais gosta de desenhar.

Como esse blog é meio que um diário (não visitado diariamente, é bem verdade), acho que este pai aqui precisa aprender a colorir com Isabela; desse jeito talvez consiga mudar uns tons de cinza que insistem em marcar certas páginas da vida.

Abraços paternais.

A Torcedora

Quando sai da aula de natação, Isabela gosta de correr pelo gramado que fica na frente da academia. Ali ao lado, separado por um alambrado, fica um campo de futebol onde os garotos da escola infantil vizinha fazem sua aulinha de futebol. Pois a Pequena curte ficar ali no alambrado e "acompanhar" a garotada correr atrás da bola.

Essa semana a cena se repetiu com um detalhe a mais. Isabela correu pelo gramado, foi até o alambrado e ficou gritando com os garotos - tipo pra chamar a atenção deles.

Um dos meninos - de uns 5 ou 6 anos - percebeu a Rosinha ali e foi até o alambrado conversar com ela. Daqui a pouco os outros notaram a Pequena Tiete e de repente eram uns dez garotos dando atenção a ela através da tela.

Quando a Lili quis levá-la, que já era hora de ir pra casa, a Torcedorazinha saiu chorando e os "jogadores" ficaram lá pedindo pra deixá-la mais tempo.

De minha parte digo que Isabela vai crescer e aprender uma lição: com o tempo fica bem mais difícil conseguir a atenção de um homem tendo uma bola como rival.

Relação Duvidosa

Não é fácil assumir uma coisa dessa. Sou homem, casado... mas chega uma hora em que é preciso ser honesto consigo.

No começo me senti bastante desconfortável. Não conseguia ver aquilo como natural. Mas a vontade, não, a necessidade de procurá-lo era enorme! Deixava minha mulher ali com minha filha e ia pra ele. De alguma forma sabia que era o melhor e o mais honesto com elas também.

Não posso dizer que entre ele e eu a coisa era de todo agradável. Principalmente no início, batia uma sensação estranha, uma mistura de inconformismo, desconforto, remorso; tinha dúvida se aquilo era certo. Mas agora, depois de tantas vezes procurá-lo nas madrugadas, já não sinto qualquer culpa; mesmo porque sei que minha mulher já aceitou toda a situação.

Então é fato, depois de mais de um ano eu assumo: minha relação com o sofá da sala é cada vez maior.

É assim a vida de pais que têm uma filha que, uma madrugada ou outra, não consegue dormir sozinha e ocupa a cama toda.

A Fralda

Isabela, dando asas aos instintos maternos, aprendeu a brincar com as bonequinhas. Demos a ela uma fralda de verdade e lá do seu jeito ela coloca a boneca sobre a fralda descartável como se a estivesse trocando.

Pois ontem Dona Tereza (a arrumadeira) chegou e viu aquela fralda ali perto dos brinquedos e tratou de jogá-la no lixo, imaginando que estivesse suja e não tivéssemos percebido que Isabela brincava com ela.

Quando deu falta do brinquedo, Isabela foi até à Lili inconformada. Saiu puxando a mãe pela mão até a lixeira e ficou apontando toda resmungona.

Quando abriu a lixeira e viu a fraldinha lá é que a Lili entendeu o ocorrido.

Enquanto a Lili explicava pra Dona Tereza que a fralda estava limpa, Isabela retornava pra sala contente por poder voltar a brincar em paz.