Não
é fácil assumir uma coisa dessa. Sou homem, casado... mas chega uma hora em que
é preciso ser honesto consigo.
No
começo me senti bastante desconfortável. Não conseguia ver aquilo como natural.
Mas a vontade, não, a necessidade de procurá-lo era enorme! Deixava minha
mulher ali com minha filha e ia pra ele. De alguma forma sabia que era o melhor
e o mais honesto com elas também.
Não
posso dizer que entre ele e eu a coisa era de todo agradável. Principalmente no
início, batia uma sensação estranha, uma mistura de inconformismo, desconforto,
remorso; tinha dúvida se aquilo era certo. Mas agora, depois de tantas vezes
procurá-lo nas madrugadas, já não sinto qualquer culpa; mesmo porque sei que
minha mulher já aceitou toda a situação.
Então
é fato, depois de mais de um ano eu assumo: minha relação com o sofá da sala é
cada vez maior.
É
assim a vida de pais que têm uma filha que, uma madrugada ou outra, não consegue
dormir sozinha e ocupa a cama toda.
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